quarta-feira, 31 de outubro de 2012

Animal tem Alma?

 



A verdade no ensinamento da Doutrina Católica

Animal tem Alma?

Conhecemos três tipos de Substâncias Espirituais:

1º- O próprio Deus - Que é espírito infinitamente perfeito.
2º- Anjos
3º- Alma humana.



Nos três casos há uma inteligencia que não depende de nenhuma substancia física para atuar.

É verdade que nesta vida nossa alma está unida ao corpo, mas não é uma dependencia absoluta e permanente. Qdo se separa do corpo pela morte, a alma continua a atuar, conhecer, querer e a amar, até mais livre que nesta vida mortal.

O anjo é espírito, mas não tem alma (noutros termos, é puro espírito); A planta e o animal têm alma, mas não espírito, pois sua alma não é espiritual, mas mortal; O homem tem uma alma que é espíritual, i.e, uma alma que é também espírito.
Alma é o princípio vital de todo ser vivo. 

Daí dizermos quem um desenho, por exemplo, é "animado" (do latim, "anima"), quando ele "se move". 

Todo ser vivo tem alma.

Isto está bem desenvolvido em Santo Tomás, na Suma.

A célula só se reproduz por causa da alma lá presente. 
Daí dizermos que Deus infunde a alma no momento da concepção. 
Se não assim não fosse, não poderia haver multiplicação celular.
Temos de remover de nossa mente a idéia de uma alma como se fosse um "fantasminha", uma "alma penada" vagando por aí e igual ao corpo, totalmente estranha à mentalidade católica. 
Já o termo "espírito" é mais uma qualidade, o oposto de "matéria". Assim, o corpo é material, e a alma, no homem, é espiritual.
A alma é a forma do corpo, e este a matéria informada por aquela. O corpo sem a alma é morto.

Chamamos "forma" o que dá coerência a determinada matéria. 

Assim, um cachorro e um ser humano tem a mesma matéria (corpo, carne, ossos etc). O que os torna diferentes é justamente a forma, que no caso é a alma. O cachorro só é cachorro porque uma dada matéria foi informada com alma de cachorro.

Já a bananeira, além de ter uma matéria diferente da do cachorro e do ser humano, tem uma alma diferente, uma forma diferente.
O homem, ao contrário do cachorro e da bananeira, tem uma alma espiritual.

Desse modo, alma e espírito, no cachorro e na bananeira, são termos distintos: eles têm alma, mas não espírito.
No homem, todavia, alma e espírito são quase sinônimos, pois sua alma é espiritual.

Nisso, por ser espiritual, a alma humana é intelectual, transcendental e imortal.

A alma do cachorro e da bananeira não. 

Por isso, quando a alma do cachorro e da bananeira se separam do corpo, ocorrendo a morte, há tb a morte da própria alma deles. 

A alma dos seres vivos infra-humanos acaba com a morte. No homem são substancialmente unidas a alma e o corpo, de modo que na Ressurreição a alma será reunida ao corpo, à semelhança de Nosso SENHOR.

É difícil entender isto, quando não se conhece os dons herdados pelo homem, puro dom de Deus.
O homem foi elevado por Deus a um ser sobrenatural, herdando dEle, dons preternaturais (A ciência infusa, o domínio da paixões e a imortalidade do corpo) - todos estes privilégios foram dados para que este homem ficasse apto a receber o maior dom: a graça santificante que é a própria vida de Deus nele, que moveria ao homem nesta vida para que ele, pela luz da glória, pudesse viver eternamente com Deus.

Este homem terminaria aqui seus dias e entraria em posse do amor, viveria com Ele. Sua alma e seu corpo não se separariam, já que esta separação aconteceu justamente porque pecaram contra o Senhor( coisa difícil de entender, já que eram quase que perfeitos, pelos dons herdados) e ao pecar perderam todas as regalias, e ficaram então sujeitos a morte que conhecemos..onde a alma se separa do corpo ( tendo como destino: céu, purgatório e inferno) e na ressurreição final, se unirão novamente para gozar da presença de Deus ou não, confirme foi sua vida aqui.

Para os restituir estes dons perdidos e nos reconciliar com Deus, para termos condições de vivermos eternamente, veio Cristo, que se encarnou, e pelos méritos de sua cruz, conquistou pra humanidade a redenção e as distribuindo pelos sacramentos, que Ele deixou de posso de sua Igreja, para os dispensa-los aos homens.

Baseado nisso, é fácil entender porque os animais não vão ao céu. Cristo não morreu por eles, já que estes servem ao homem, criados a imagem e semelhança do Senhor.

É estranho dizer que a alma dos animais não lhes dá a capacidade de ter sentimentos. Até onde eu observo, os animais sentem e expressam sentimentos (alegria, tristeza, raiva, euforia, preguiça, e mesmo vergonha ou dissimulação). A diferença é que estes sentimentos não lhes têm peso moral algum; não são capazes de transformar essas emoções, digamos, instintivas, em virtude, pois que não são capazes de discernir entre o bem e o mal. Ficariam, pois, fechados aos próprios sentimentos, sem qualquer implicação transcendente.

Tanquerey em sua pag. 75, nos diz que o animal conhece os objetos sensíveis, tende para eles pelo apetite sensitivo com suas emoções, e move-se com movimento espontâneo. São seres vivos, mas não intelectuais, que podem conhecer a verdade e nem podem usar da vontade para aderir para o bem racional.

Usam sim, o instinto, um cachorro pede leite, ia pra perto da geladeira e o dono já sabia.

Se entendes por sentimento um estado, então não tem, por que a capacidade de conceituar é inerente ao intelecto humano e um estado é um conceito formulado a partir da associação entre a experiência, a vontade e a consciência.

Pai, mãe, filho, são palavras que podem variar de acordo com o idioma, mas conceitos universais que o homem pode identificar e, por isso, é capaz de compreender e se comunicar. 

Bicho sente, mas não tem estado. Suas reações são instintivas, pois não formula conceitos, nem é capaz de identificar situações anôma-las ou similares baseados neles.

O próprio "sentimento" é um conceito. Bicho não sente nesse aspecto porque não pode definir ou compreender o que é sentimento. Quem define é o homem e se define que bicho sente é por causa do sentido que só o ser humano viu.

A imortalidade é atributo ordinário da alma intelectiva, por ser de natureza espiritual.

Uma vez, pois, que em nossos dias (com dor o confessamos) o semeador do joio, o antigo inimigo do gênero humano, ousou semear e fazer crescer no campo do Senhor alguns perniciosíssimos erros, que pelos fiéis sempre foram repudiados, principalmente a respeito da natureza da alma racional, isto é, que ela seja mortal ou que seja única em todos os homens; e [até] alguns, falando temerariamente como filósofos afirmam que isto é verdade, pelo menos segundo a filosofia: querendo, portanto, usar os remédios adequados contra este mal, com aprovação deste sagrado Concílio, condenamos e reprovamos aqueles que afirmam que a alma intelectual é mortal ou que é uma só em todos os homens, e também aqueles que põe em dúvida essas verdades, pois a alma humana não só é, verdadeiramente, por si e essencialmente, a forma do corpo humano, mas também é imortal e, além disso, multiplicável, acha-se multiplicada e deve ser individualmente multiplicada na multidão de corpos nos quais é infundida. E como a verdade de modo algum pode estar em contradição com a verdade, definimos como absolutamente falsa toda afirmação contrária à verdade iluminada da Fé; e com todo o rigor proibimos que de outro modo seja ensinado o dogma; e decretamos que devem ser evitados e castigados, como destestáveis e abomináveis hereges e infiéis que procuram arruinar a Fé católica todos que aderirem a tais afirmações errôneas
(Apostolici Regimminis, Leão X, Concílio de Latrão V)

A alma humana, como todas as substâncias criadas, é contingente; necessita que Deus a conserve com Seu influxo criador.

Na verdade, a alma humana está sujeita ao aniquilamento por Deus, e só por Deus. Deus não aniquila o que criou, por isso dizemos que é imortal, porque, não sendo material, não está sujeita a evoluir para uma outra substância, como os seres materiais.

Alma vem do latim anima E a raiz semântica é a mesma utilizada para o reino animal. Sendo assim, podemos dizer que "alma" no seu sentido mais primitivo, representa a propriadade de um ser de se movimentar por si só, como nós costumamos dizer, seres animados e inanimados, bem como as animações, que significam uma sucessão de imagens em movimento.

Logo, alma seria a faculdade de movimentar-se. Como foi dito por alguém aqui, um robô até pode ter, nesse sentido, alma, mas uma alma artificial, pois seu movimento, embora autônomo, não provém de uma vontade, mas de uma programação predeterminada. Podemos dizer que no caso dos bichos, o seu movimento se dá pela sua vontade, mas uma vontade instintiva e não intelectiva.
A pergunta é se podemos utilizar este sentido de "alma" em todos os casos. Teologicamente falando, não me parece que "alma" signifique isso. Mas também não me parece que alma e espírito são sinônimos. Qual a diferença, afinal, teologicamente falando, entre alma e espírito?

É um consenso dos filósofos (pois o assunto "alma" é pertinente à Filosofia) que Deus infunde a alma intelectiva (não existente em potência na semente humana) toda vez que a matéria está disposta a recebê-la.

Assim diz o nosso Papa em discurso sobre o fundamento antropológico da família:
Deste laço fundamental entre Deus e o homem se deriva outro: o laço indissolúvel entre espírito e corpo: o homem é, de fato, alma que se expressa no corpo e corpo que é vivificado por um espírito imortal. Também o corpo do homem e da mulher tem, portanto, por assim dizer, um caráter teológico, não é simplesmente corpo, e o que é biológico no homem não é só biológico, mas expressão e cumprimento de nossa humanidade.

Essas palavras do nosso querido Bento XVI já dá um xeque-mate nos argumentos que teimam em dizer que um corpo criado de uma forma não-natural não tenham alma e espírito.

Para se haver corpo, é necessário a alma, é uma fator que não tem como desvincular uma da outra, e a afirmação que a alma é criada antes do concepção é nula, tendo em visto que a doutrina da pré-existencia da alma é condenada pela Igreja.

Referências:

TRESE, Leo: A Fé Explicada, pg 48

OTTO, Ludwig: Manual de Teologia Dogmática, pg  144

TANQUEREY, Adolph: A vida espiritual explicada e comentada, pg 78

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