sábado, 22 de setembro de 2012

O Padre Pio e a conversão do advogado maçom

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O capuchinho dos estigmas

Na vida do padre Pio, o sobrenatural é muito abundante: conversões, milagres, curas, bilocação, clarividência, predição, sem falar dos estigmas que foram, durante cinqüenta anos, a manifestação mais patente, a mais visível marca do sobrenatural na sua vida, e também a mais dolorosa e mais incompreensível para os homens, a que mais respeito merece, pois é com verdadeira graça de conformidade com Cristo até na carne. Existem numerosos testemunhos circunstanciados para numerosas destas diversas graças. Foram numerosas as altas autoridades eclesiásticas e os médicos que testemunharam as curas milagrosas ou outros fenômenos sobrenaturais inexplicáveis. Em todos os casos, as graças sobrenaturais não eram concedidas por Deus para a auto-glorificação do padre Pio, senão para dar testemunho da vida divina, para chamar À conversão, curar ou aliviar. Não há nem curas, nem conversões ou bilocações que não acabaram por uma maior vida de fé e que não serviram para fazer algum bem.

O confessionário foi o lugar habitual dos “milagres” realizados pelo padre Pio. Nos dias  de grande afluência, chegava a passar dez ou quinze horas confessando. Para alguns penitentes, essa confissão era ocasião de uma verdadeira mudança interior. Entre as conversões de antes da primeira perseguição, uma das mais clamorosas foi a do advogado genovês Cesare Festa. Festa era um dos grandes dignatários da maçonaria italiana. Era primo do Dr. Giorgio Festa. Depois que este viu e examinou o padre Pio, mencionou com freqüência ao religioso e aos prodígios da fé com seu primo Cesare. O advogado ateu, raivosamente anticlerical, considerava a religião como uma superstição de outros tempos. Giorgio, tendo esgotado seus argumentos, disse-lhe um dia: “Vai a São Giovanni Rotondo e encontrarás ali a um testemunho que acabará de um só golpe com todas as suas objeções. Vai vê-lo e depois continuaremos falando”.
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Em março de 1921, Cesare se dedicou a seguir o conselho de seu primo. Foi a São Giovanni Rotondo mais como cético, foi com a firme intenção de desmascarar a impostura e denunciar ao seu regresso, diante de seus irmãos maçons, a superstição de Gargano. O padre Pio não sabia nada de Cesare Festa nem de sua pertença maçônica. Sem embargo, quando chegou na sacristia do convento entre outros peregrinos, o religioso se dirigiu até ele e o interpelou brutalmente: “Que quer este entre nós? É um maçom…”. O advogado não negou. O padre Pio analdiu: “Que papel desempenha você na Maçonaria?”. Festa respondeu sem vacilar: “Lutar contra a Igreja”.

As coisas estavam claras. O padre Pio não analdiu nenhuma palavra. Mirou fixamente a Cesare e lhe indicou com o dedo o confessionário. O advogado maçom se ajoelhou, abriu seu coração e, com a ajuda daquele sacerdote ao que poderia resistir, examinou toda a sua vida passada. Um perfume desconhecido e suave passava pela rede do confessionário e o ateu Festa via suas prevenções contra a religião cair uma atrás da outra. A conversão resultou numa paz interior que o invadia e lhe fazia receber as palavras de misericórdia e as exortações prodigadas por aquele estranho capuchinho.

Permaneceu três dias no convento e depois  regressou a Genova. O ruído de sua conversão se estendeu e ocupou a primeira página dos periódicos. O advogado arrependido foi logo a Lourdes e depois voltou a São Giovanni Rotondo para receber das mãos do padre Pio o escapulário da Ordem terceira franciscana. Da maçonaria À Ordem terceira em poucos meses. O papa Bento XV recebeu no Vaticano a esse assombroso convertido. Disse-lhe a estima que tinha ao padre Pio, apesar dos informes por vezes desfavoráveis que haviam chegado, e confiou esta missão a Cesare Festa:

– O padre Pio é verdadeiramente um homem de Deus. Comprometa-se a dar testemunho, porque ele não é apreciado por todos como ele merece.

A clamorosa conversão de cesare Festa suscitou muitas controvérsias. O Avanti, cotidiano socialista, ironizou sobre este maçom que passava seu tempo entre São Giovanni Rotondo e Lourdes. A Grande Loja italiana se reuniu para pronunciar a exclusão oficial do advogado renegado dos ideais maçônicos.
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Cesare Festa decidiu assistir, fazer frente e dar a conhecer seu testemunho: no dia da reunião recebeu uma tarjeta do padre Pio com estas quatro linhas: “Não se envergonhe de Cristo e de sua doutrina; é momento de lutar com o rosto descoberto. O Dispensador de todo o bem te dará a fortaleza para isso.”

(Yves Chiron: El Padre Pío. Ed. Palabra, pg.163, 1999.)

Livro de Bento XVI sobre a infância de Jesus será publicado no Natal.

Cidade do Vaticano (Sexta-feira, 21-09-2012, Gaudium Press) O terceiro volume escrito pelo Santo Padre Bento XVI sobre Jesus de Nazaré, será publicado no próximo Natal.

O livro que completa a trilogia, trata sobre a infância de Nosso Senhor Jesus Cristo nos Evangelhos. Além do idioma italiano, já está confirmada a tradução para o alemão o título definitivo da obra entretanto, permanece em reserva.
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Além da versão em italiano, já está confirmada uma versão do livro em alemão
"Este novo e esperado livro sobre a figura de Jesus nos relatos evangélicos da infância, que constitui o complemento dos dois anteriores, revela-se como de grande importância desde o ponto de vista teológico e científico", declara o Serviço de Informações do Vaticano.
Bento XVI concentrou suas investigações científicas e sua obra no objetivo de dar a conhecer "a pessoa e a mensagem de Jesus".

O primeiro livro da trilogia, "Jesus de Nazaré" foi lançado em 2007 e o segundo "Jesus de Nazaré: da entrada em Jerusalém até a ressurreição" foi lançado em 2011. (EPC)

terça-feira, 18 de setembro de 2012

18 de Setembro - São José de Cupertino: Padroeiro dos Estudantes

O Irmão Burro: o triunfo da graça sobre a incapacidade natural

Desajeitado nas coisas materiais, mas uma águia na contemplação. Desprezado inicialmente por seus próprios confrades, depois passou a atrair, por sua santidade, cardeais, reis, príncipes. Esse foi José de Cupertino, o Irmão Burro...

Luis Zaghi

Nascido em Cupertino, no reino de Nápoles, em 17 de junho de 1603, José era pouco dotado de qualidades naturais. Por ocasião de seu nascimento, toda a família viu-se despejada da casa, por dívidas de seu pai, perdendo também os poucos móveis que possuía. Assim, nasceu ele num pobre estábulo, à semelhança de um outro menino pobre em Belém...

Incapaz de aprender e... padroeiro dos estudantes!

De saúde muito débil, passou a infância entre a vida e a morte. Aos 17 anos, quis entrar nos Frades Menores conventuais, onde tinha dois tios. Sua aparência era tão pouco favorável que não foi aceito. Apresentou-se então nos Capuchinhos, que o experimentaram em diversos ofícios, mas os seus êxtases contínuos sujeitavam a louça e outros objetos do convento a uma prova não pouco custosa! Dizem que chegaram a colar em seu hábito os cacos da louça que quebrara. Foi preciso mandá-lo embora. Na terrível provação de ter que despir-se do hábito franciscano, comentou que era como se lhe arrancassem a própria pele.
Passado algum tempo, os frades conventuais concordaram em aceitá-lo para cuidar da mula do convento de Grottella. Depois, sua piedade, austeridade, obediência e dons sobrenaturais levaram os frades a admitirem-no no convento.
 Desejava ele ser sacerdote, mas nem sequer sabia ler. Esforçava-se para aprender, mas o resultado era desanimador. sao_jose_de_cupertino.jpgQuando seu mestre começava a impacientar-se, o nosso santo lhe dizia: "Tenha paciência, assim será mais meritório".
Chegada a hora dos exames, José recomendou-se à sua Santa Mãe, Nossa Senhora de Grottella. O Bispo de Nardo interrogou-o antes de admiti-lo no diaconato. Abrindo o livro dos Evangelhos, mandou José explicar o texto: "Felizes as entranhas que Te trouxeram". Deus o queria clérigo, pois era este o único trecho do Evangelho que conhecia. Respondeu admiravelmente bem.
Faltava ainda a última prova oral. Nesta, certamente não passaria. Compareceu, com os seus confrades, diante do Bispo de Castro. As admiráveis respostas dos primeiros examinados satisfizeram tanto o bispo que este decidiu não interrogar os demais candidatos, entre os quais se encontrava José...Eis assim o pobre José, sacerdote! Ficou ele sendo o padroeiro dos estudantes, sobretudo em época de provas.

Dons sobrenaturais extraordinários

Entre milagres e provações, a vida de José de Cupertino foi das mais extraordinárias. Tal era sua fama de santidade que multidões o procuravam.
No convento, ele cuidou de animais e trabalhou quase como um burro de carga. Ele mesmo se intitulava "Irmão Burro".

Comumente via as pessoas em forma de um animal que representava o estado de sua alma. Se encontrava alguém cuja alma não estivesse limpa, sentia o mau odor do pecado e advertia: "Estás cheirando mal, vai te lavar". E, após uma boa confissão, sentia um aroma agradável de perfume.
Vivia de tal forma em contemplação que, mesmo durante árduos trabalhos, não conseguia distrair-se dela. Não poucas vezes, pensando nas realidades eternas, José se elevava do chão. Realmente, o "Irmão Burro" passou boa parte de sua vida no ar, entre o céu e a terra...
Devido talvez à sua simplicidade e inocência, José de Cupertino tinha grande amizade e familiaridade com as mais simples criaturas de Deus.
Certa vez mandou um passarinho ir ensinar às freiras de um mosteiro cantar o Ofício. E todos os dias, à hora das Matinas e da Noa, eis que o pássaro aparecia à janela do coro, animando o cântico das religiosas.
Em outra ocasião, encontrou duas lebres junto ao bosque de Grottella e as preveniu: "Não vos afasteis de Grottella, porque muitos caçadores vos perseguirão". Tendo desobedecido a essa recomendação, uma delas foi surpreendida e perseguida por cães. Encontrando aberta a porta da capela, o animalzinho atravessou a nave e atirou-se nos braços de José. "Eu não tinha te avisado?", disse-lhe o santo. Em seguida, chegaram os caçadores, reclamando sua presa. "Esta lebre está sob a proteção de Nossa Senhora, portanto não a tereis", respondeu ele. E, depois de abençoá-la, a pôs em liberdade.
Apenas ao pronunciar os santíssimos nomes de Jesus e de Maria, José entrava em levitação. Passeando um dia com outro frade nos jardins do convento, este lhe disse: "Irmão José, como criou Deus um tão belo céu!" Ao ouvir estas palavras, José deu um grito, voou e colocou-se de joelhos sobre uma oliveira. Os galhos balançavam como se estivessem sob o peso de um pássaro.

O êxtase às vezes o surpreendia durante a Missa. Voltando a si, São José retomava o santo sacrifício no ponto preciso em que o havia deixado, sem se equivocar no cerimonial. Tais eram seus êxtases que certo dia, durante uma levitação, suas mãos ficaram por cima das chamas de dois tocheiros. Atônitos, os espectadores ficaram mudos de temor, mas, passado o êxtase, não havia qualquer sinal de queimadura. Sua Missa durava habitualmente duas horas. Por vezes, Nosso Senhor lhe recomendava que a abreviasse para ir desempenhar seu ofício de esmoler.

A santidade atrai

Sua fama de santidade espalhou-se rapidamente por toda a Itália e mesmo por outros países da Europa. Príncipes, reis, cardeais e até o Papa o procuravam.
Todo este movimento em torno do humilde religioso e os fenômenos sobrenaturais pouco comuns inquietaram a Inquisição. Em 1653, por ordem do Santo Ofício, foi transferido de Assis para o convento capuchinho de Petra Rúbia, e depois, para o isolar mais, a Fossombrone. Devia ele viver isolado, inclusive, da comunidade.
Os frades conventuais recorreram ao Papa Alexandre VII. Queriam reconduzir São José a Assis, mas o Papa respondeu: "Não, basta-lhes um São Francisco em Assis".
Que maior elogio para um franciscano?!
Foi enviado a Ósio, perto de Loreto em 1657. Ao chegar, exclamou: "Este é o lugar de meu descanso". E de fato foi em Ósio que entregou sua virtuosa alma a Deus, em 17 de setembro de 1663.
Foi canonizado por Clemente XIII em 1767.

(Revista Arautos do Evangelho, Janeiro/2004, n. 25, p. 36-37)

sábado, 15 de setembro de 2012

Anel do Pescador


Gostaria de aqui fazer referência ao “anulus piscatoris”, ou seja, ao Anel do Pescador. Ao longo dos séculos até ao início do pontificado do Papa Bento XVI, o Anel do Pescador sofreu várias transformações até assumir a forma de um selo no qual está escrito o nome do Pontíficie e no centro está representada a imagem de São Pedro que na barca lança as redes para pescar. Como o nome diz, originariamente tratava-se do anel com o qual o Papa punha o seu selo nos documentos. A partir da 2ª metade do século XIX, o Anel do Pescador perde a sua forma de anel para assumir a de um simples selo.
O Anel do Pescador dos Papas, apesar de já não ser utilizado e ter perdido a forma de anel, manteve-se até aos nossos dias como testemunho da origem simbólica do selo que desapareceu no século X com o anel episcopal.

Depois do Concílio Vaticano II, o anel episcopal do Bispo de Roma, deixando a pedra preciosa de cor, assumiu uma forma mais simples, correspondendo mais à nobre simplicidade que o Concílio ansiava. Assim, o anel do Papa era igual ao anel dos outros bispos. Por exemplo, o Papa João Paulo II usou sempre o anel que recebeu das mãos do Papa Paulo VI no dia 26 de Junho de 1967, quando se realizou o Consistório no qual foi nomeado cardeal.

Com o início do ministério petrino do Papa Bento XVI, foi repensada a forma do anel do Papa. Surgiu o desejo de que o anel episcopal do Papa, mantendo a forma e a simplicidade actual comum aos anéis de todos os bispos, fosse dotado de algo para indicar que quem o usa é Sucessor do Apóstolo Pedro. Assim, o Anel do Pescador recuperou a forma de anel com a representação do pescador da Galileia e com a gravação do nome do Papa. O Anel do Pescador é, actualmente, um dos sinais fortes que exprime o “munus” específico do Sucessor de Pedro. O Anel do Pescador, como também o Palio, foi entregue solenemente ao Papa Bento XVI na celebração do início do Pontificado no dia 24 de Abril de 2005.
fonte: dominusvobis.blogspot.com.br

quinta-feira, 13 de setembro de 2012

S. JOÃO CRISÓSTOMO, Bispo e Doutor da Igreja - 13 de Setembro

Nasceu em Antioquia, capital do Oriente, pelo ano de 344. Em idade ainda tenra, perdeu o pai, comandante-chefe das tropas do império, na Síria. A mãe, viúva aos vinte e dois anos, cuidou de sua educação. O menino estudou com os mais hábeis mestres. Era tão admirável a sua eloquência, que lhe granjeou o apelido de Crisóstomo, ou boca de ouro. Desde os vinte anos de idade, advogou com extraordinário êxito. Por essa época, deixou-se levar ao teatro por complacência. Não tardou em avaliar o perigo que corria, e desde então começou a renunciar ao mundo. Vestido de uma paupérrima túnica, empregava a maior parte do tempo na oração, na leitura e na meditação da Sagrada Escritura. Jejuava diariamente, e era sobre o piso do quarto que desfrutava do pouco sono concedido ao corpo após tão longas vigílias.

Em 374, retirou-se para o meio de uns santos anacoretas que habitavam as montanhas vizinhas de Antioquia, e que, entre outras coisas, mantinham um silêncio perpétuo, resumindo-se-lhes a conversação na que sustentavam com Deus. Consistia-lhes o alimento num pedaço de pão e num pouco de sal; alguns acrescentavam a isso azeite, e os enfermos um pouco de ervas e legumes. Trabalhavam anualmente, fazendo cestos e cilícios, lavrando a terra, cortando lenha, aprontando a comida, e lavando os pés dos hóspedes, a quem, depois, serviam com grande caridade, sem dar-se ao trabalho de verificar se eram ricos ou pobres. Não tinham outra cama que não uma esteira sobre o chão. Tais eram os religiosos entre os quais São Crisóstomo fez um noviciado de quatro anos.

Em tal retiro, escreveu várias obras de piedade: seis livros do sacerdócio, três livros da defesa da vida monástica. Compôs sobretudo um pequeno escrito elegantíssimo, com o seguinte título: Comparação entre um rei e um monge. Põe nele, de um lado, um rei circundado de todos os sinais de grandeza, e do outro um monge na simplicidade do seu estado. Aquele se afigura, aos olhos do mundo, o mais feliz dentre os homens; a sua condição lisonjeia e ofusca os olhos; este, pelo contrário, passa por miserável ao qual não há quem queira assemelhar-se. Para mostrar que, não obstante, está em situação mais feliz que a dos mais poderosos príncipes, observa São Crisóstomo entre outras coisas que a realeza termina com a vida, e que depois dela os reis, tal qual o restante dos homens, comparecem ao tribunal de Deus para receber os castigos devidos aos seus pecados, enquanto o solitário surge com segurança perante tal tribunal.

Se os príncipes comandam os povos, os exércitos e o senado, o monge comanda as paixões, o que constitui um império muito mais importante. As vitórias alcançadas pelos reis contra os bárbaros são muito menos esplendentes que as alcançadas pelo varão virtuoso contra os demônios, inimigos muito mais temíveis. Um deles mantém um comércio contínuo com os profetas e os apóstolos, enquanto os príncipes só têm por companhia cortesãos e soldados; como, de ordinário, nos assemelhamos aos que frequentamos, os solitários pautam a vida pela dos apóstolos e profetas, ao passo que os reis imitam frequentemente os costumes corrompidos dos seus dignitários e generais; os príncipes pesam sobre o povo em virtude dos tributos com que os afligem, enquanto o monge faz, na medida do possível, bem a todos; os reis não podem dar outra coisa senão ouro e prata, ao passo que os monges conferem a graça do Espírito Santo; os primeiros, quando benfazejos, podem, é exato, expulsar a pobreza do país, mas os outros libertam as almas da tirania do demônio.

O homem possuído de tão maligno espírito não pensa em recorrer ao soberano para que o liberte, procurando, pelo contrário, a cela de um anacoreta. Foi aos rogos de Elias que Acab aguardou o fim da fome, e, seguindo-lhe o exemplo, inúmeros outros reis dos judeus recorreram aos profetas, nas suas desventuras. Contudo, a diferença entre o rei e o monge surge melhor na morte. O monge, que despreza tudo quando prende os homens à vida, deixa-a sem pesar, ao passo que é terrível aos reis a morte. O solitário sai deste mundo para receber a recompensa das suas virtudes; os reis, se mal se houveram no governo dos seus países, não abandonam esta vida senão para, na outra, ser entregues a inconcebíveis suplícios. Por conseguinte, quando virdes, conclui São Crisóstomo, um varão poderoso, ricamente trajado, montado em magnífico carro, não digais que tal varão é venturoso, pois lhe é efémera a ventura.

Pelo contrário, quando encontrardes um solitário, de aspecto humilde e modesto, e cuja serenidade de espírito se lhe pinta no rosto, dizei que é verdadeiramente feliz, e desejai tornar-vos semelhante a ele.

Havendo Crisóstomo tombado gravemente enfermo na gruta em que vivia, voltou para a cidade de Antioquia em 387, a fim de recobrar as forças. No mesmo ano, São Melécio, bispo de Antioquia, o ordenou diácono. Cinco anos mais tarde Flaviano o elevou ao sacerdócio e o fez seu vigário e pregador. Não cessou de compor opúsculos de piedade, de escrever e pregar homilias sobre o Velho e o Novo Testamentos, sermões contra os judeus, contra o gentio, contra os arianos, panegíricos dos santos cuja festa se celebrava durante o ano.

Era Antioquia uma cidade de prazer e dissolução. É o que se percebe, em particular, pelas palavras de São Crisóstomo. Numa população de duzentas mil almas, constituíam os cristãos pouco mais da metade. Aplaudiam a eloquência de Crisóstomo, mas nem por isso se tornavam melhores. Vários dentre eles nunca tinham visto uma igreja; outros abandonavam as assembléias sagradas para irem ao teatro contemplar prostituídas que ofereciam os mais obscenos espetáculos. Em 26 de fevereiro de 387 mudou a cidade subitamente. Ao anúncio de um novo imposto, verificou-se terrível sedição. Insultou-se o nome do imperador Teodósio, rasgaram-se-lhe as imagens, derrubaram-se estátuas, a de seu pai, de sua mulher, de seus filhos, despedaçaram-se e arrastaram-se os destroços pelas vias. Tudo isso durou apenas uma manhã. A revolta começara ao raiar do dia; reinava a calma. Aquela calma, porém, tinha tudo de sombrio e lúgubre.

O imperador Teodósio era bondoso, mas terrível nos seus primeiros impulsos. Todos temiam que aniquilasse a cidade de ponta a ponta. Era possível censurar aos magistrados nada haverem feito para impedir o crime, e eles tanto mais implacáveis. Antioquia já não era a mesma cidade. Nada mais se via de alegre, não havia jogos, nem festins, nem devassidões, nem canções nem danças lascivas, nem distrações tumultuosas. Só se ouviam preces e salmos. O teatro estava abandonado; passavam-se os dias inteiros na igreja, onde os corações mais agitados repousam no seio do próprio Deus. A cidade inteira parecia ter-se tornado um mosteiro.

O povo dirigiu-se ao bispo Flaviano, para que intercedesse por ele. O bispo partiu, realmente, para Constantinopla, a fim de abrandar a cólera do imperador e lograr o perdão de Antioquia. À espera, Crisóstomo continuou a pregar ao povo, calmando-lhe os temores e enxugando-lhe as lágrimas, e foi principalmente a ele que se deveu a tranquilidade em que Antioquia se manteve no meio dos diversos alarmes sobrevindos. Proferiu, durante tal intervalo, vinte discursos, comparáveis a tudo quanto Atenas e Roma produziram de mais eloquente. A arte é neles maravilhosa. Incerto sobre o partido que iria tomar Teodósio, mescla a esperança do perdão e o desprezo da morte, e dispõe os ouvintes a receber com submissão e sem incômodo as ordens da Providência.

Entra sempre com ternura nos sentimentos dos concidadãos, mas releva-os e fortifica-os. Nunca os detém por demasiado tempo no caminho das suas desditas; não tarda em transportá-los da terra ao céu. Para distraí-los do temor presente, inspira-lhes outro mais vivo; ocupa-os com a recordação dos vícios, insta com eles para que se corrijam, sobretudo em se tratando da blasfémia, e mostra-lhes o braço de Deus erguido sobre as suas cabeças, e infinitamente mais temível que o do príncipe.

Em tal calamidade, viu o povo de Antioquia chegarem consoladores inesperados. Não eram os filósofos pagãos, que haviam fugido desde o primeiro instante, para se não verem envolvidos na ruína comum. Eram os anacoretas das montanhas vizinhas, os quais entraram, então, na cidade, a fim de obterem o perdão do povo, ou morrer com ele. Intercederam com os magistrados, e, com os sacerdotes e bispos, opuseram-se às execuções, até que se recebesse a resposta do imperador. Chegou finalmente a resposta: Teodósio, por amor a Deus e a rogo do bispo, perdoava à cidade inteira.

No ano de 397, foi Crisóstomo eleito bispo de Constantinopla, mediante o consentimento unânime do povo e do clero, e com aprovação do imperador Arcádio. Mas sabia-se como era amado em Antioquia e como era fácil comover-se o povo daquela cidade. O imperador escreveu, pois, ao conde do Oriente que o enviasse sem espalhafato. O conde, recebendo a missiva, rogou a Crisóstomo que o fosse visitar, como se se tratasse de uma questão qualquer, numa igreja de mártires fora de Antioquia. Lá, mandando que montasse no casse conduziu-o imediatamente até certo lugar, onde o deixou entre as mãos dos oficiais do imperador, que o levaram a Constantinopla.

Mal o novo bispo falou na sua igreja, estabeleceu-se entre ele e o povo um recíproco afeto. Não vos falei senão uma vez, disse no segundo discurso, e já vos estimo como se houvesse sido criado entre vós, desde o começo; já estou unido a vós pelos laços da caridade, como se me fora dado há longo tempo desfrutar das doçuras do vosso trato. Vem isso não de ser eu sensível à amizade, mas de serdes vós estimáveis acima de todos. Quem não admiraria o vosso zelo de fogo, a vossa caridade sem fingimento, o vosso afeto pelos que vos ensinam, a vossa concórdia mútua, coisas que bastariam para vos conciliar uma alma feita de pedra? É por isso que vos não amamos menos que esta igreja na qual nascemos, fomos criados e instruídos. Esta é irmã daquela, e vós provais tal parentesco pelas obras. Se a outra é mais antiga no tempo, esta é mais fervorosa na fé; lá existe uma assembléia mais numerosa e um teatro mais famoso; mas aqui se percebe mais constância e coragem.

Vejo aqui os lobos rodear, por todos os lados, as ovelhas, e, entretanto, não diminui o redil. Tais lobos eram as diversas espécies de hereges, marcionitas, maniqueus, aos quais se podem acrescentar os judeus e os pagãos, que, ainda então, não constituíam pequeno número em Constantinopla.

Hávia na grande cidade, capital de todo o império do Oriente, inúmeras desordens e grandes escândalos. São Crisóstomo empreendeu a reforma. E conseguiu-a pelo exemplo de uma vida santa, pelo ardor do zelo e pela força da eloquência. No entanto, o seu zelo apostólico indispôs contra ele, não o povo, senão várias personagens poderosas, sobretudo a imperatriz. Mandou ela que, por duas vezes, o depusessem alguns bispos, e por duas vezes fosse exilado pelo imperador. A deposição era nula. A velha regra, desde então, até no Oriente, era hão poder ser nenhuma questão de maior importância concluída na Igreja sem a autoridade do Pontífice romano. Ora, o santo papa Inocêncio, primeiro do nome, a quem se escrevia de uma parte e de outra, jamais aprovou a deposição de São Crisóstomo, considerou-o sempre o único bispo legítimo de Constantinopla e lhe escreveu como a irmão e colega, para exortá-lo à paciência, ao mesmo tempo em que tratava como intruso o sucessor que lhe fora dado.

Enquanto o chefe da Igreja consolava os fiéis católicos de Constantinopla, dava a Providência aos cismáticos advertências de outro gênero. Sucederam-lhe vários acidentes considerados, punições divinas, pela perseguição instigada contra São Crisóstomo. Em 30 de setembro do mesmo ano de 404, caiu, em Constantinopla e nas cercanias, uma chuva de pedras do tamanho de nozes. No dia 6 de outubro seguinte, a imperatriz Eudóxia morreu pelo parto de uma criança morta. Cirino, bispo de Calcedônia, que sempre censura São Crisóstomo, morreu do ferimento que lhe causou São Marutas pisando-lhe, por descuido, o pé. Tiveram de amputar-lhe várias vezes a perna; o mal estendeu-se à outra perna, depois ao corpo inteiro, e tornou-se irremediável. Outros morreram de várias mortes ou foram afligidos por horríveis doenças; um deles, caindo de uma escada, morreu; outro foi torturado pela gota nos pés; outro morreu subitamente, exalando insuportável fedor; outro teve as entranhas queimadas por lenta febre, com dores de cólicas contínuas, e, fora, insuportável comichão; outro teve os pés inchados por hidropisia; outro sofreu de gota nos quatro dedos com os quais subscrevera; outro viu o baixo ventre inchar-se e a parte vizinha corromper-se, com enorme infecção e produção de vermes; outros supunham ver, de noite, cães enfurecidos e bárbaros, de espada na mão, dando gritos medonhos; um deles, caindo do cavalo, quebrou a perna direita e morreu imediatamente; outro perdeu a palavra e durante oito meses ficou acamado, sem mesmo conseguir levar a mão à boca; outro, tendo a língua tão inchada que lhe ocupava a boca inteira, escreveu a confissão em tabuinhas.

São Nilo, saído da primeira nobreza, e prefeito de Constantinopla, tornando-se ilustre solitário, escrevia ao imperador Arcádio: como pretendeis ver Constantinopla livre dos frequentes tremores de terra e do fogo do céu, enquanto nela se cometem tantos crimes e o vício reina com tamanha impunidade, após ter sido banida a coluna da Igreja, a luz da verdade, o clarim de Jesus Cristo, o bem-aventurado bispo João. Como quereis que eu conceda preces a uma cidade sacudida pela cólera de Deus, de quem ela só aguarda os raios a todo instante, eu que estou aniquilado de tristeza, que sinto o espírito agitado e o coração dilacerado pelo excesso dos males que se cometem presentemente em Bizâncio.

De resto, o exílio de São Crisóstomo não foi absolutamente estéril para a religião. Não somente dava a todos os séculos vindouros o exemplo de homem acima do mundo e de si próprio, numa palavra o exemplo de verdadeiro bispo; não somente entretinha uma correspondência ativa com os principais membros do seu clero e do povo para manter a ordem, reavivar o zelo, reanimar a caridade para os pobres, como também se empenhava na propagação da fé entre os infiéis. Enviou missionários aos godos, à Pérsia e à Fenícia, e alcançou, por intermédio de tais varões apostólicos, a conversão de grande número de idólatras. O sacerdote Constâncio, que o ambicioso Porfírio havia expulsado de Antioquia, fê-lo São Crisóstomo superior geral das missões da Fenícia e da Arábia. Numa das missivas à santa Olimpíada, recomenda-lhe o bispo Marutas, por dele precisar para a missão da Pérsia.

São Crisóstomo, sabendo, no exílio, o que se passava no Ocidente, e como se interessavam o papa e os demais bispos pelo seu restabelecimento, escreveu-lhes várias missivas para lhes agradecer. Escreveu particularmente a Venério de Milão, a Cromácio de Aquiléia, a Gaudêncio de Brescia, a Aurélio de Cartago, a Hesíquio de Salona, e em geral aos bispos vindos do Ocidente e aos sacerdotes de Roma. Escreveu, também, a três das mais ilustres damas romanas, dentre as quais a principal era Proba Falconia. Na última missiva que dirigiu ao papa Santo Inocêncio, agradece-lhe o cuidado em defendê-lo, e compara-o a um piloto cuja vigilância é tanto maior quanto mais profunda é a noite e mais ameaçador o mar. É em vós, acrescenta, que repousa o peso do mundo inteiro, pois tendes de combater simultaneamente pelas igrejas abandonadas, e pelos povos dispersos, e pelos sacerdotes rodeados de inimigos, e pelos bispos postos em fuga, e pelas constituições de nossos pais, insultantemente pisados.

Os inimigos de São Crisóstomo, sabedores dos grandes bens que ele fazia pela conversão dos infiéis da vizinhança, e como eram famosas as suas virtudes em Antioquia, resolveram enviá-lo ainda mais longe. Mandaram, portanto, à corte, e obtiveram do imperador Arcádio uma ordem mais rigorosa para o transferir, e imediatamente, para Pitionto, paragem deserta do país dos Tzanas, nas margens do Ponto Euxino. Era longa a viagem e durou três meses, embora os dois soldados do prefeito do pretório que conduziam o santo bispo o apressassem extremamente, afirmando que aquelas eram as ordens recebidas. Um deles, menos interessado, lhe testemunhava alguma humanidade como que às furtadelas; quanto ao outro, porém, era tão brutal que se ofendia com as carícias feitas para que poupasse o santo. Mandava-o sair com a mais forte das chuvas, e desafiava o maior ardor do sol, sabendo que o santo, calvo, se sentiria incomodado. Não lhe permitia deter-se um instante sequer nas cidades ou nas aldeias que dispunham de banhos, temeroso de que se valesse de tal alívio.

Ao se aproximarem de Comana, foram além, sem deter-se, e ficaram fora numa igreja que se situava a cinco ou seis milhas, dedicada a São Basilisco, bispo de Comana, que sofrera o martírio em Nicomédia, sob Maximino-Daia, com São Luciano de Antioquia. Estando alojados nas dependências da igreja, apareceu São Basilisco, de noite, a São Crisóstomo e disse-lhe: "Coragem, meu irmão João, amanhã estaremos juntos!" Contava-se até que o predissera ao sacerdote que lá vivia, dizendo: preparai o lugar a meu irmão, pois ele vem! São Crisóstomo, certo da revelação, rogou, no dia seguinte, aos guardas que lá permanecessem até onze horas da manhã; mas não viu o pedido outorgado. Partiram, e caminharam cerca de légua e meia, após o que foi preciso voltar à mesma igreja de que tinham partido, de tal modo passava mal São Crisóstomo. Chegado, mudou de vestes e cobriu-se inteiramente de branco, até o calçado, estando ainda em jejum. Distribuiu aos presentes o pouco que lhe restava e, tendo recebido a eucaristia, fez a derradeira prece perante todos e acrescentou estas palavras, que tinha o costume de dizer: "Deus seja louvado por tudo!". Em seguida, falou: "Amém!" estendeu os pés e entregou a alma. Houve no seu funeral tão grande concurso de virgens e de monges da Síria, da Cilícia do Ponto e da Armênia, que era como se tivessem combinado encontrar-se.

A celebração foi a de mártir, e o seu corpo sepultado ao lado do corpo de São Basilisco, na mesma igreja. O sucessor de São Pedro, que o defendera durante a vida, defendeu-o após a morte, e não admitiu à sua comunhão os bispos de Constantinopla, Antioquia e Alexandria, senão depois de haverem restabelecido a memória do falecido e chamado de novo os bispos exilados por sua causa.

No ano de 437, estando São Proclo, novo bispo de Constantinopla a fazer o panegírico de São João Crisóstomo, no dia da sua festa, em 26 de setembro, interrompeu-o o povo por aclamações, exigindo que lhe fosse devolvido o bispo João. Proclo achou, ademais, que era o meio de reunir à Igreja os que se haviam separado por ocasião do santo e que ainda realizavam separadamente as suas assembléias.

Falou do assunto ao imperador Teodósio o jovem, e persuadiu-o a mandar trazer o corpo do santo bispo de Comana, ao Ponto, onde fora sepultado. Efetuou-se a trasladação; o povo foi na frente; o mar do Bósforo cobriu-se de barcos e iluminou-se de archotes, como quando ele foi chamado do primeiro exílio. O imperador aplicou os olhos e o rosto no relicário, pedindo perdão pelo pai e pela mãe, os quais tinham ofendido o santo, desconhecendo o que faziam. As relíquias foram transferidas para Constantinopla publicamente, com grande honra, e depostas na igreja dos Apóstolos em 27 de janeiro de 438, dia em que a Igreja latina celebra a festa de São Crisóstomo.
Fonte: Pe. Rohrbacher, Tomo II

quarta-feira, 12 de setembro de 2012

Bento XVI agradece os cristãos do Oriente Médio pela sua presença.

Cidade do Vaticano (Quarta-feira, 12-09-2012, Gaudium Press) "Agradeço a Deus pela sua presença e encorajo a Assembleia da Igreja à solidariedade para poder continuar a testemunhar Cristo nestas terras abençoadas buscando a comunhão na unidade". Esta foi a última saudação de Bento XVI aos cristãos do Líbano dois dias antes de sua viagem ao país.

No final da audiência geral desta manhã, o Papa fez um novo apelo pela paz e a reconciliação no Oriente Médio cansado dos conflitos militares: "Pedimos a Deus conceder a esta região do mundo a paz tão desejada, no respeito das legítimas diferenças. Que Deus abençoe o Líbano e o Oriente Médio", concluiu.
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O pontífice fez sua última saudação aos cristãos do Líbano, antes de visitar o país.

"Caros peregrinos, daqui a dois dias a esta hora estarei no voo para o Líbano", disse o Papa em sua saudação feita em francês. "Alegro-me - prosseguiu - por esta viagem apostólica. Permitir-me-ei encontrar numerosos componentes da sociedade libanesa, os responsáveis civis e eclesiásticos, os fiéis católicos de diversos ritos e os outros cristãos, os muçulmanos, os drusos desta região".

"Dou graças ao Senhor, por esta riqueza que só poderá manter-se, caso a sociedade libanesa viva em paz e reconciliação permanente. Exorto portanto todos os cristãos do Médio Oriente - sejam eles originários ou recém-chegados, a serem construtores da paz e atores da reconciliação. Peçamos a Deus que fortifique a fé dos cristãos do Líbano e do Oriente Médio, enchendo-os de esperança".

"Agradeço a Deus pela sua presença e encorajo a Assembleia da Igreja à solidariedade para poder continuar a testemunhar Cristo nestas terras abençoadas buscando a comunhão na unidade. Agradeço a Deus por todas as pessoas e todas as instituições que em muitos modos os ajudam neste sentido."

"Pedimos a Deus que doe esta região do mundo a paz tão desejada, no respeito das legítimas diferenças. Que Deus abençoe o Líbano e o Oriente Médio". (AA/JS)

quarta-feira, 5 de setembro de 2012

Na “escola de oração”, Bento XVI comenta orações no Livro do Apocalipse.

Cidade do Vaticano (Quarta-feira, 05-09-2012, Gaudium Press) Terminou também no Vaticano o período de verão. Hoje de manhã o Santo Padre retomou as audiências gerais na Sala Paulo VI, continuando a catequese da "escola da oração" e concentrando-se na oração do Livro do Apocalipse, o último do Novo Testamento, "um livro difícil" que "contém uma grande riqueza". 


No Livro do Apocalipse, "um leitor apresenta à assembleia uma mensagem confiada pelo Senhor ao Evangelista João". O Papa explicou que no diálogo de oração "nasce uma sinfonia de oração, que se desenvolve com grande variedade de formas até a conclusão. Escutando o leitor que apresenta a mensagem, escutando e observando a assembleia que reage, a sua oração tende a tornar-se nossa". Aquele diálogo se desenvolve em três fases.

Na primeira fase a assembleia exprime um hino de louvor para o Senhor. Um exemplo para nós, porque "a nossa oração - observou o Santo Padre - com frequência somente para pedir, deve ser, ao contrário, principalmente de louvor a Deus pelo seu amor, pelo dom de Jesus Cristo, que nos trouxe força, esperança e salvação". Deus "se revela como o início e a conclusão da história" do nosso mundo, aliás, Ele esteve, está, e estará presente e ativo com o seu amor nas histórias humanas".  

Falando sobre essa "promessa de Deus", Bento XVI ressaltou que "a oração constante desperta em nós o sentido da presença do Senhor em nossa vida e na história". A sua presença na nossa oração "nos sustenta, nos guia e nos dá uma grande esperança mesmo em meio à escuridão de certos casos humanos". A oração "na solidão mais radical - continuou - nunca é um isolar-se e nunca é estéril, nas é a seiva vital para alimentar uma existência cristã cada vez mais comprometida e coerente".
Na segunda fase da oração da assembleia: "o Senhor se mostra, fala, age, e a comunidade, cada vez mais próxima a Ele, escuta, reage e acolhe". Na imagem dos candelabros de ouro, com suas velas acesas, é indicada "a Igreja de todos os tempos em atitude de oração na Liturgia: Jesus Ressuscitado, o "Filho do homem", se encontra no meio dela e, revestido pelas vestes do sumo sacerdote do Antigo Testamento, exerce a função sacerdotal de mediador com o Pai".
Por sua vez, na terceira e última fase da primeira parte do Apocalipse, "o leitor propõe à assembleia uma mensagem septiforme na qual Jesus fala em primeira pessoa" endereçado a sete Igrejas situadas na Ásia Menor em torno do Efeso, enquanto Jesus, no discurso, "parte da situação particular de cada Igreja, para depois se estender às Igrejas de todos os tempos". É também uma mensagem que "se escutada com fé, inicia logo a ser eficaz: a Igreja em oração, acolhendo a palavra do Senhor é transformada. Todas as Igrejas devem ficar muito atentas para escutar o Senhor, abrindo-se ao Espírito como Jesus requer com insistência, repetindo este comando sete vezes".
Na conclusão da catequese, o Papa salientou que "o Apocalipse nos apresenta uma comunidade reunida em oração, porque é justamente na oração que sentimos em modo cada vez mais crescente a presença de Jesus conosco e em nós".
Na primeira audiência geral de setembro, os peregrinos lotaram a Sala Paulo VI. Entre os 7.000 presentes havia vários grupos da América Latina: da Argentina, um grupo da Diocese de Nueve de Julio; do Brasil, dois grupos da paróquia São Bento e São Paulo e da paróquia Nossa Senhora das Dores de Rio Verde; da Venezuela, um grupo de Caracas. Havia também peregrinos da Colômbia, do México e de outros países latino-americanos. (AA/JSG)
 

terça-feira, 4 de setembro de 2012

Há quinze anos, morria Madre Teresa de Calcutá

Roma (Terça-feira, 04-09-2012, Gaudium Press) Há 15 anos retornou para a casa do Pai, Madre Teresa de Calcutá, "albanesa de sangue, indiana de cidadania" como se apresentava e que fundou as Missionárias da Caridade.

Era pequena de estatura, mas grande de coração e repleta da luz de Cristo, que queria levar ao mundo todo. Ela queria ser somente um lápis nas mãos de Deus. Escolheu exercer seu apostolado junto aos mais abandonados, aos leprosos de Calcutá tornando-se mensageira do amor de Deus em uma terra não cristã.
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Madre Teresa de Calcutá

Madre Tereza nasceu em 26 de agosto de 1910 em Skopje, na Albania, com o nome civil de Gonxha Agnes Bojaxhiu. Recebeu os sacramentos na tenra idade: aos 5 anos e meio recebeu a Primeira Comunhão e no ano seguinte a Crisma. Aos 18 anos descobre sua vocação.

Em setembro de 1928 entrou para o Instituto da Beata Virgem Maria, conhecido como as "Irmãs do Loreto", na Irlanda, onde recebe o nome de Mary Teresa, como Santa Teresa de Lisieux.
Em dezembro deste mesmo ano parte para a Índia e chega em Calcutá no dia 6 de janeiro de 1929. Ali professa os votos temporários no mês de maio de 1931 e ensina na escola para moças em Entally.

Seis anos depois professa os votos perpétuos e se torna Madre Teresa.

Recebe o seu "chamado no chamado" no dia 10 de setembro de 1946, em um trem durante a viagem para Calcutá para o retiro anual.

Ali sentiu em seu coração o desejo de saciar a sede de Jesus. Ele lhe pede para fundar uma comunidade religiosa dedicada ao serviço dos "mais pobres entre os pobres".
No dia 17 de agosto de 1948, veste pela primeira vez o sári branco bordado de azul. No final de dezembro, pela primeira vez, vai até a periferia, encontra as famílias e começa as primeiras obras: lavar as feridas de algumas crianças.
Depois de alguns meses se unem a ela algumas de suas ex-alunas.
Sua congregação foi reconhecida oficialmente na Arquidiocese de Calcutá, no dia 7 de outubro de 1950. Quinze anos depois chega o reconhecimento do Direito Pontifício do Papa Paulo VI que a encoraja a abrir uma casa na Venezuela. Depois desse convite haverá outras casas: em Roma, na Tanzânia.

A partir dos anos 60, a Congregação cresceu e, para responder melhor às necessidades espirituais das irmãs, Madre Teresa funda em 1963 os Irmãos Missionários da Caridade. Em 1976 fundou o ramo contemplativo das irmãs, em 1979, os Irmãos Contemplativos. Em 1984 fundou os Padres Missionários da Caridade.

Seu empenho na caridade foi muito apreciado por João Paulo II. Sua causa de beatificação começou a menos de dois anos de sua morte, com a dispensa do tempo de 5 anos.

Em 20 de dezembro de 2000 foram aprovados os decretos sobre suas virtudes heróicas e sobre os milagres atribuidos à sua intercessão.

No dia 19 de outubro de 2003 é proclamada beata por João Paulo II, na Praça São Pedro, para uma multidão de 300 mil pessoas. (AA/JS)

domingo, 2 de setembro de 2012

Sacerdotes católicos unem-se a líderes evangélicos na defesa dos valores cristãos e do povo brasileiro.


Padre Paulo Ricardo no Senado Federal
No dia 30 de agosto de 2012, Padre Paulo Ricardo esteve no Senado Federal, juntamente com o Padre Berardo Graz, o Padre Luis Carlos Lodi, o Sr. Paulo Fernando, Prof. Felipe Nery e Profª Janaína, a fim de discutir as propostas de mudança para o novo Código Penal.

Além de participar da sessão pública e falar ao Senador Pedro Taques (PDT-MT), Padre Paulo Ricardo e os demais reuniram-se também com o Senador Gim Argello, líder do PTB e o Senador Renan Calheiros, líder do PMDB, entre outros senadores.

A eles, expuseram a impossibilidade de uma apreciação digna e de uma votação condizente com a vontade da população brasileira das propostas para o novo Código Penal no prazo exíguo de trinta dias, além de outros pontos específicos que causam estranheza e rejeição, como a descriminalização do aborto, a liberação da maconha, o consentimento sexual a partir dos 12 anos de idade (que liberaria a pedofilia), entre outros.


O encontro foi articulado pela chamada Bancada Parlamentar Evangélica e conseguiu ao menos um ponto positivo: a prorrogação do prazo para análise das propostas em mais trinta dias.


Ao final, o Padre Paulo e o Sr. Paulo Fernando concederam uma entrevista para o Portal Fé em Jesus, que pode ser assistida aqui: