sábado, 25 de junho de 2011

OS COVARDES DIZEM SIM A BARRABÁS




OS COVARDES DIZEM SIM A BARRABÁS

(Mc 15, 11)


'Os chefes dos sacerdotes,porém, incitavam o povo para que pedisse que,antes,lhes soltasse Barrabás'.




Uma das humilhações mais atrozes que Jesus Cristo padeceu na sua paixão foi, certamente, no pretório de Pôncio Pilatos, procurador da Judéia: “Como o Senhor tem uma alma generosa, talvez este desprezo e esta ingratidão ao escolherem Barrabás, foram as ofensas mais profundas que o Senhor recebeu em sua Paixão, maiores que as agressões físicas sofridas em seu corpo” (Pe. Luis de la Palma).

Todos O acusavam… e Jesus se calava. Pilatos tinha medo daquele silêncio de Nosso Senhor.

Todo ano, na festa da Páscoa, era costume libertar um prisioneiro, qualquer um que a multidão pedisse. Naquele ano havia no cárcere um revolucionário que cometera um homicídio numa revolta: Barrabás.

Pilatos, voltando-se para o povo, perguntou: “Quereis Jesus ou Barrabás?”

Então sobre toda a multidão passou o sopro instigador dos sacerdotes e dos anciãos.

Pilatos perguntou ainda: “Jesus ou Barrabás?”

São Jerônimo comenta: “Sete vezes quis Pilatos soltar a Jesus, três vezes declarou publicamente que nenhuma culpa achava n’Ele, e todavia cede à pressão de seus inimigos”.

E todo o povo bradou: “Barrabás!”

Edições Theologica comenta: “Pilatos, em vez de sair em aberta defesa do inocente, como era seu dever e lhe era ditado pela consciência, não quer enfrentar-se com os sinedritas e pretende que seja o povo que se enfrente e liberte Jesus”.

Jesus Cristo era o mestre, o benfeitor… aquele que curava os doentes e enxugava o pranto aos aflitos.

Deus foi condenado… e a criatura colocada em liberdade.

Católico, você não faz o mesmo quando escolhe o pecado e despreza a virtude? Quando chuta a luz e se abraça com as trevas? Quando diz não à santidade para viver no vício?

O coração do homem é perigoso… é um abismo… muda com frequência. Diante desse coração que vacila continuamente, preocupemo-nos em agradar somente a Deus: “Quando formos ofendidos, pensemos que pouco vale a opinião dos homens e busquemos somente agradar a Deus” (Pe. Luis de la Palma).

Um sacerdote da Missão escreve: “Eis o que acontece ao pecador todas as vezes que, resistindo aos estímulos da consciência, à voz de Deus e da razão, tudo calca aos pés para chegar às honras e às dignidades; abandona e despreza o mesmo Deus para conservar o apego, a amizade e o amor a uma vil criatura ou a um vil interesse”.

A ingratidão reinava nos corações. Liberdade a Barrabás!

Católico, a mesma afronta, de modo mais escondido, porém não menos verdadeiro, fazem a Deus aqueles que se deixam dominar pelas zombarias ou pelas ameaças dos maus. Esses católicos preferem o mundo a Deus; os juízos do mundo aos juízos divinos.

Como é triste e vergonhoso ver milhões de católicos concordarem com os inimigos de Deus e da Santa Igreja por causa de zombarias e ameaças… os mesmos viram as costas para Deus e deixam de caminharem na santidade com medo de serem desprezados e ridicularizados… esses são católicos camaleônicos: “Mudam de cor - mudam de opinião, de atitude – de acordo com o meio social ou cultural em que se encontram. São ‘progressistas’ ou ‘conservadores’, ‘católicos liberais’ ou ‘católicos praticantes’, ‘gozadores debochados’ ou ‘homens bem-comportados’, ‘pais de família extremosos’ ou ‘quarentões interessantes’, ‘sirigaitas de barzinho’ ou ‘executivos eficientes’, de acordo com o lugar ou o ambiente por onde passam” (Dom Rafael Llano Cifuentes).

Esses condenam a Nosso Senhor e “liberta” Barrabás.

O jovem que, na oficina, ouvindo palavras blasfemas ou feias, não tem a coragem de impor silêncio; aquele que come carne nos dias proibidos para não ser escarnecido pelos companheiros; a mulher que deixa de comungar diariamente para não ser zombada pelas amigas… todos estes rejeitam a Deus e se voltam para o mundo; querem Barrabás e crucificam Cristo.

Precisamos ser luz em todos os ambientes, mesmo nos ameaçadores. Devemos brilhar com o nosso bom exemplo, principalmente nos ambientes contrários à santidade: “Brilhe do mesmo modo a vossa luz diante dos homens, para que, vendo as vossas boas obras, eles glorifiquem vosso Pai que está nos céus” (Mt 5, 16), e: “Devemos ter presente que muitas vezes teremos que evangelizar contra a corrente, como também o fizeram tantos bons cristãos ao longo dos séculos” (Pe. Francisco Fernández Carvajal).

O Pe. João Colombo escreve: “O respeito humano é, pois, uma apostasia; não somente isto, mas é também um grave mal da alma, o qual inutiliza toda graça divina para a salvação”.

Deus bem pode suscitar no coração disposições para uma vida mais cristã, pode sugerir propósitos de conversão; mas o homem possuído pelo respeito humano deixa abordarem as boas inspirações por medo do mundo.

Deus bem pode fazer-lhe ouvir uma pregação que o ilumine e que o convença; mas ele não tem a coragem de mostrar-se convencido.

Deus pode enviar-lhe também uma doença que o leve à extremidade da vida e o faça olhar no abismo da eternidade; mas depois, curado, ele ainda tem o mesmo “fantasma” diante de si: que dirão os homens? Que farão os amigos? “Deixar de fazer o bem por temor de um – que dirão os homens? – é declarar-se covarde, é ser vencido antes de entrar em campo com o inimigo” (Pe. Alexandrino Monteiro).

Até na hora da morte, muitos católicos, ainda vítimas do respeito humano, não aceitam a Unção dos enfermos por não quererem ser julgados doentes.

E, por vergonha de viverem como católicos fiéis a Nosso Senhor, morrem como cães.

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