A frase "Deus seja louvado" pode ser retirada das notas do Real. |
Para o procurador, o fato de os cristãos serem maioria no Brasil "não justifica a continuidade das violações aos direitos fundamentais dos brasileiros" que não acreditam em Deus.
Se a ação for aceita a União terá o prazo de 120 dias para produzir as cédulas sem a inscrição e a multa simbólica de R$ 1,00 por dia de descumprimento.
A Casa da Moeda declarou que o Banco Central é o responsável "pela emissão propriamente dita, como também a definição das características técnicas e artísticas". O Banco Central por sua vez explicou que o fundamento legal para a existência da expressão "Deus seja louvado" nas cédulas é o preâmbulo da Constituição, que afirma que ela foi promulgada "sob a proteção de Deus".
Dom Odilo Pedro Scherer |
"Resguardar o espaço público do Judiciário para o uso somente de símbolos oficiais do Estado é o único caminho que responde aos princípios constitucionais republicanos de um estado laico, devendo ser vedada a manutenção de crucifixos e outros símbolos religiosos em ambientes públicos dos prédios do Poder Judiciário no Estado do Rio Grande do Sul", declarou o desembargador Cláudio Baldino Maciel.
O Cardeal Arcebispo de São Paulo, Dom Odilo Scherer comentou que o crucifixo não interfere nas decisões dos juízes, que se baseiam nas leis e a alusão a Deus nas cédulas do real não fere a ninguém, pois "para quem não crê em Deus, ter ou não ter essa referência não deveria fazer diferença. E, para quem crê em Deus, isso significa algo".
O purpurado recordou que os que "creem em Deus também pagam impostos e são a maior parte da população brasileira".
Essas ações e decisões para e pela Justiça brasileira nos fazem questionar: Por que Deus incomoda tanto?
Com qual intuito a Justiça quer bani-lo do estado? A presença de seu nome em uma frase ou a representação de sua imagem em um crucifixo são tão temíveis assim para um país que foi descoberto por naus que ostentavam cruzes de Cristo em suas velas e que teve seu primeiro nome como Ilha de Vera Cruz e depois Terra de Santa Cruz?
Quadro da primeira missa pintado por Victor Meirelles |
Apenas 512 anos são suficientes para esquecer-se as origens de um país, de um povo, de uma cultura? Amnésias existem mas, se são voluntárias, elas bem que podem ter outro nome...
Recordemos um trecho de um dos documentos do Concílio Vaticano que diz: "Quis a Divina Providência que uma Missa marcasse o início da História da maior nação católica do mundo. Pois, de fato, dos méritos infinitos do sacrifício incruento que se renova sobre o altar, ou seja, da Eucaristia, procedem e se ordenam, como a seu fim, todas as grandes obras da História da Igreja. (Cf. Sacrosanctum Concilium, n. 10)".
Por quanto tempo ainda permanecerá firme a imagem do Cristo Redentor em seu pedestal no Corcovado? |
É mesmo para se perguntar: por que Deus incomoda tanto?
Por Emílio Portugal Coutinho.